Defender o uso do Estatuto da Promoção da Igualdade Racial de Juazeiro para promover o desenvolvimento da população negra da cidade, estimada em mais de 70% pelo IBGE. Em síntese, essa será a tônica da audiência pública que ocorrerá na Câmara Municipal de Juazeiro, nesta 5ª feira, 23.11, a partir das 8 horas. O Estatuto, Lei 2.983, foi aprovada em dezembro de 2020, mas enfrenta dificuldades para a sua aplicação. O evento é uma iniciativa do Conselho de Promoção da Igualdade Racial (COMPIR) em parceria com a Frente Negra do Rio São Francisco, Unegro e o vereador Mitu do Sindicato (PCdoB).


Sem a aplicação da lei municipal, a população negra de Juazeiro continua vulnerável a um modelo de Estado que lhe mantém em um lugar de exclusão. Com a adoção dessa lei, será possível a implantação de políticas públicas, por exemplo, para a promoção da igualdade no acesso a serviços públicos; linhas de crédito específicos, a inclusão das  história e culturas negras na Educação (leis 10.639 e 11. 645), ao Programa de Saúde da População Negra, entre outras ações.







 

Moradores da comunidade de Barrinha da Conceição, localizada a 10km do centro de Juazeiro- BA discutiram, no último dia 18/10 o processo de titulação de suas terras. Este encontro faz parte da agenda promovida pela Articulação Quilombola do Vale do São Francisco em parceria com a Defensoria Pública da União (Petrolina) intitulada "Direito Quilombola e titulação de terras no Território do São Francisco", que está discutindo a questão em várias comunidades.

 

Barrinha é rica em pesca, agricultura e simbologias culturais, o que embeleza a comunidade e faz com que os moradores não poupem esforços para trazer progresso para a comunidade. Mas os moradores também dizem que, sem a titulação, se sentem esquecidos pelos governantes, pois até para cobrar direitos básicos, precisam se juntar a partidos políticos. Seu Ginaldo dos Santos, um dos moradores, cita que se sentiu constrangido ao ir na Codevasf pedir instrumentos de trabalho que são garantidos a eles, recebeu um não, por não ter um político para fazer a retirada. "Isso é um absurdo", afirma o mesmo.


O encontro foi rico em questionamentos. Os presentes na reunião se interessaram pelo processo de titulação, pois acreditam que esse processo é importante para o desenvolvimento da comunidade em si. A presidenta da associação de moradores de Barrinha, Silvana Moreira, afirma que a comunidade vai “correr atrás” do processo de titulação, mesmo sendo demorado, e que todos vão se esforçar para garantir os direitos do presente e do futuro da própria comunidade.

 

Esse procedimento é uma garantia para a comunidade de que são reconhecidos como uma comunidade e que tudo o que lhes pertence seja protegido e assegurado de forma eficaz, além de ser uma proteção para o presente e para acontecimentos futuros.  


Por: Roseane Pereira/ Estudante de Jornalismo e Monitora da Articulação. 



A Comunicação Quilombola do Jatobá, localizada no município de Curaçá (BA), a 596 km de Salvador, recebeu, no dia 14 de agosto a equipe da Articulação Quilombola do Vale do São Francisco que, em parceria com a Defensoria Pública da União (Petrolina), está promovendo a ação junto aos quilombos da região intitulada "Direito Quilombola e titulação de terras no Território do São Francisco", que está discutindo a questão em várias comunidades.


A comunidade, certificada pela Fundação Cultural Palmares, em 2007, já tem processo aberto para titulação de suas terras, junto ao Incra, há cerca de 8 anos, mas até hoje só recebeu uma visita da entidade, segundo afirma o atual coordenador, Daniel Santos. O quilombo abriga 300 famílias, 1060 pessoas e 7 povoados, com uma atividade associativa bastante relevante. A titulação seria um passo importante para garantir a segurança do território e implantação de projetos que garantam a permanência de todos no local. Segundo Marcelo Galvão, chefe da Defensoria Pública Federal, em Petrolina, a entidade pode acompanhar e solicitar a aceleração do processo de titulação. 


Jatobá conseguiu construir uma escola, que hoje atende o público infantil, no turno da manhã, mas à tarde e noite permanece ociosa. A expectativa dos moradores é estabelecer parcerias com universidades e institutos para promover cursos e outras formações para a juventude os adultos. Para a professora Márcia Guena, da Uneb e uma das coordenadoras da Articulação Quilombola, é fundamental que as universidade dialoguem e estabeleçam pontes com as comunidades quilombolas da região. 







A Articulação Quilombola do Território do  São Francisco convida todas as comunidades quilombolas do território a participar do Seminário Itinerante sobre Direito Quilombola e Titulação de Terras com a Defensoria Pública da União – Seção Petrolina sobre os direito, direito quilombola e os desafios para a titulação de terras nessas comunidades. A programação acontecerá de agosto a dezembro, nas comunidades quilombolas.


A Defensoria Pública da União, através do Promotor Marcelo Galvão, abordará, além de tópicos referentes ao direito dos povos quilombolas, caminhos para o exercício popular do direito. Ou seja, como as comunidades podem compreender e exercer de forma autônoma seus direitos. 


A titulação de terras quilombolas é um direito constitucional e na região não existe nenhuma comunidade quilombola titulada. A responsabilidade pela certificação das comunidades quilombolas é da Fundação Cultural Palmares e pelo titulação é do INCRA. Esperamos, ao final desse processo que todas as comunidades abram seus processos de titulação.


Em dezembro haverá a culminância do evento, com a presença de todos e todas envolvidas, buscando formular uma política de direitos para as comunidades da região. Contamos com a presença de todxs nessa jornada em prol da igualdade e do reconhecimento dos quilombolas. Sejamos agentes ativos na garantia de nossos direitos. Juntos, podemos fazer a diferença!  


Conheça e visite nossas redes sociais.




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 O Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial de Juazeiro – Bahia (Compir) convida instituições, movimentos sociais, povos de terreiros, capoeiristas, comunidades quilombolas, escolas, universidades, as secretarias municipais, os outros conselhos e demais grupos interessados para construir conosco a Agenda do Novembro Negro de 2023 de Juazeiro.                                                              

Seguindo a tradição deste Conselho, pretendemos elaborar uma agenda conjunta, que consiga congregar as várias iniciativas realizadas na cidade, colaborando assim com o fortalecimento das várias formas de expressão da luta antirracista. 

No dia 16 de outubro, às 15:30, faremos uma reunião para firmar o compromisso com essa agenda. Esperamos você lá com a sua contribuição. 

Ao mesmo tempo elaborando um formulário online para que você registre a sua atividade: https://forms.gle/6G4uFDkwCsWzmyecA

Vamos construir um Novembro Negro forte e de luta!

 

Após passarem por audiência de custódia nesta terça-feira (3), continuam presos os PMs acusados de envolvimento na morte do jovem quilombola José William

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Aconteceu na manhã desta terça-feira (03), a audiência de custódia dos quatro Policiais Militares da Bahia acusados de envolvimento na morte do jovem quilombola José William, 26 anos. Ele foi atingido na costas por disparos de arma de fogo durante uma operação da PMBA na noite de 27 de agosto, entre os povoados de Lagoa do Salitre e Rodeadouro, em Juazeiro.

Os PM’s foram identificados como Anderson Alves da Silva, Jabison Ferreira de Almeida, Jeferson Batista Mendes, e Mariel Santos de Jesus. A justiça determinou pela continuidade da prisão dos acusados, que serão levados para o Batalhão da Polícia de Coque, em Lauro de Freitas.

De acordo com as informações obtidas pelo PNB, na semana passada, os policiais se apresentaram após tomarem conhecimento dos mandados de prisão temporária que havia contra eles.

No último dia 27, quando o crime completou um mês, familiares, amigos e movimentos sociais realizaram uma manifestação pelas ruas de Juazeiro pedindo justiça para o assassinato do jovem. Dias após o crime, a Secretaria de Segurança Pública informou que a Corregedoria-Geral vinha acompanhando o caso de perto.

As investigações do caso estão sendo realizadas por Policiais civis da 1ª Delegacia Territorial (DT) de Juazeiro. A Coordenação Regional da Polícia Técnica de Juazeiro informou que realizou as perícias no local da ocorrência e no corpo do jovem, e que as armas envolvidas na ocorrência seriam periciadas, com a finalidade de elucidar a dinâmica do caso.

 

Quatro Policiais Militares da Bahia, investigados por envolvimento na morte do jovem quilombola José William, em Juazeiro, foram presos e serão levados para o Batalhão de Choque de Lauro de Freitas

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Até o momento, quatro Policiais Militares da Bahia, acusados de envolvimento na morte do jovem quilombola José William, 27 anos, ocorrida noite de 27 de agosto, entre os povoados de Lagoa do Salitre e Rodeadouro, em Juazeiro, já se apresentaram. Segundo informações obtidas pelo PNB, os PMs foram ouvidos e serão levados para o Batalhão da Polícia de Coque, em Lauro de Freitas, onde ficarão presos.

Ainda de acordo com as informações, os policiais se apresentaram após tomarem conhecimento dos mandados de prisão temporária que havia contra eles. Ainda não tivemos acesso aos nomes dos policiais.

José William dos Santos Barros foi alvejado com três tiros nas costas, durante uma ação policial. Na terça-feira (27), quando o crime completou um mês, familiares, amigos e movimentos sociais realizaram uma manifestação pelas ruas de Juazeiro pedindo justiça para o assassinato do jovem.

A Secretaria de Segurança Pública, informou que a Corregedoria-Geral vem acompanhando o caso de perto.

“Policiais civis da 1ª Delegacia Territorial (DT) de Juazeiro iniciaram as apurações. A Coordenação Regional da Polícia Técnica de Juazeiro realizou as perícias no local da ocorrência e no corpo do jovem. As armas envolvidas na ocorrência também serão periciadas, com a finalidade de elucidar a dinâmica do caso”, afirmou o órgão de segurança estadual.

“A SSP reafirma seu compromisso por investigações isentas, céleres e justas de todas as ocorrências com resultado morte”, declarou o órgão.