Coletivo de Saúde da CONAQ marca presença na 17ª Conferência Nacional de Saúde

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Delegação do Coletivo de Saúde da CONAQ Foto: Arquivo da CONAQ


Por: Nathalia Purificação 

 A 17ª conferência foi marcada pela ampla participação da sociedade civil brasileira sendo a maior conferência em números da história do Brasil.

Entre os dias 02  e 05 deste mês de Julho, aconteceu em Brasília – DF a 17ª Conferência Nacional de Saúde. O evento contou com a participação ativa do coletivo de saúde da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ). Com o objetivo de representar os interesses e as necessidades das comunidades negras rurais quilombolas no âmbito da saúde, o coletivo trouxe discussões relevantes e propostas para a promoção da equidade e da qualidade de vida dessas populações historicamente marginalizadas.

A 17ª conferência foi marcada pela ampla participação da sociedade civil brasileira sendo a maior conferência em números da história do Brasil.

É a primeira vez na história que uma delegação de quilombolas marcou presença na Conferência Nacional de Saúde, as delegadas e delegados representaram comunidades quilombolas de todas as regiões do Brasil. Maria das Graças é quilombola da comunidade Carrapato das Tabatingas, município de Bom Despacho – MG e também coordena o Coletivo de Saúde da CONAQ, ela conta como começou a participação do coletivo na conferência. 

“O coletivo da CONAQ participou do evento, através da conferência livre, que foi feita em todo país, no entanto nós tivemos a oportunidade de estar presente pela conferência livre, de onde saiu a delegação da CONAQ representando a população quilombola. – disse Maria das Graças.”

Delegação do Coletivo de Saúde da CONAQ Foto: Arquivo da CONAQ

A chegada da delegação com 10 membros da CONAQ ocorreu após a realização da 1ª Conferência Nacional Livre de Saúde Quilombola, contando com a participação de mais de mil pessoas e elegendo 20 propostas e 04 diretrizes em defesa da saúde quilombola, da democracia e do SUS com base nos preceitos da reforma sanitária brasileira. 

Todas os propósitos e diretrizes da saúde quilombola foram aprovadas na 17ª Conferência Nacional de Saúde, agora elas irão compor o relatório final que servirá como base para o Ministério da Saúde, bem como do Plano de Saúde e do Plano Plurianual. A principal proposta defendida pelo coletivo de saúde quilombola é a criação da política nacional de atenção integral à saúde da população quilombola.

Durante os debates e as mesas-redondas da conferência, o coletivo de saúde da CONAQ trouxe à tona questões como acesso a serviços de saúde, discriminação racial no atendimento, saúde mental, doenças crônicas, desnutrição e outros problemas que afetam as comunidades quilombolas. Além disso, ressaltaram a importância de ações afirmativas e políticas públicas voltadas para a garantia dos direitos dessas comunidades, promovendo a equidade em saúde.

“Nós colocamos em pauta o que nós precisamos que seja implementado dentro do plano de saúde nacional. As pautas da saúde quilombola precisam estar dentro desses espaços, então nós lutamos para que nossas propostas sejam aprovadas na conferência nacional, onde nós fizemos o nosso trabalho de estar lá para ser lembrado, e lutar para continuarmos a nossa política.” – relatou Maria das Graças.

Foto: arquivo conaq

Um dos pontos destacados pelo coletivo foi a necessidade de fortalecimento da atenção básica nas áreas quilombolas, com investimentos em infraestrutura, capacitação de profissionais de saúde e melhoria no acesso a medicamentos e exames. Também ressaltaram a importância da valorização da medicina tradicional e dos saberes ancestrais presentes nessas comunidades, integrando-os ao sistema de saúde de forma respeitosa e inclusiva.

Essas iniciativas visam fortalecer a autonomia das comunidades, promover a educação em saúde e enfrentar os desafios específicos que elas enfrentam no contexto da saúde.

A participação ativa do coletivo de saúde da CONAQ na 17ª Conferência Nacional de Saúde foi de extrema importância para ampliar a visibilidade das demandas das comunidades negras rurais quilombolas no campo da saúde. Ao levar suas vozes e propostas para o debate nacional, o coletivo contribuiu para a construção de uma política de saúde mais inclusiva e equânime, que leve em consideração as especificidades e os desafios enfrentados por essas comunidades historicamente marginalizadas.

A coordenadora do Coletivo de Saúde da CONAQ também comentou sobre os resultados alcançados após a conferência:

“Hoje a gente tem um coletivo presente, um coletivo que precisa de mais visibilidade e força para que nosso trabalho chegue nas bases, então hoje a gente conseguiu estar dentro da conferência, nossos nomes estavam lá, nosso nome foi defendido, e agora é continuar a luta, para que realmente os resultados chegue na população quilombola.”

Espera-se que os diálogos e as propostas apresentadas pelo coletivo durante a conferência influenciem as decisões e as políticas públicas na área da saúde, de modo a promover a igualdade de acesso aos serviços, o respeito à diversidade cultural e a garantia do direito à saúde para todas as comunidades quilombolas do país.

“Agora é terminar todo esse trajeto, todo esse trabalho nacional, para que realmente dentro dos livros de saúde, nossas propostas, nossas políticas públicas e quilombola esteja implantado nacionalmente, pois é onde nós vamos dar visibilidade em todo país, da nossa saúde que tem tanta sabedoria e tanto saber! – completou a coordenadora do coletivo de saúde. 

Foto: arquivo conaq

 

Foto: arquivo conaq

Foto: arquivo conaq

Foto: arquivo conaq

Foto: arquivo conaq



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