Experiências etnográficas em Tijuaçu: Impressões

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 Juliano Ferreira

Tijuaçu é bastante conhecida em âmbito nacional enquanto comunidade quilombola. Mas eu confesso que desconhecia a riqueza e a densidade de seus valores, suas culturas, suas diversidades religiosas. Tudo assim mesmo. No plural. Desconhecia o vigor de seu povo. Uma sociedade marcadamente matrilinear. Onde as mulheres exercem forte influência enquanto líderes que conhecem e dialogam com o seu povo.

Minha relação com a comunidade era a de um passageiro que avistava, da BR 407, sua entrada. Nada mais. Esta visita, realizada por ocasião do projeto de pesquisa "Perfil fotoetnográfico das populações quilombolas da região do submédio São Francisco: Identidades em Movimento", me provocou a fazer algumas reflexões. 

A primeira delas, é uma marca primordial do exercício antropológico: Transformar o exótico em familiar e o familiar em exótico, lição apreendida no ano de 2009, no primeiro período do curso de Jornalismo em Multimeios da UNEB.

O fascínio sobre os modos de vida da comunidade, o labor diário, observado em uma visita quase relâmpago de um dia, nos aproxima de múltiplas possibilidades e múltiplos olhares. A relação do tempero do almoço de meio-dia, me provocou a questionar as relações familiares. Um tempero, que parece, vai passando de geração em geração.

Ilca dos Santos, Valdelice da Silva, Maria Alice da Silva, Marinalva Santos Silva, Lindinalva do Nascimento Silva e todas as mulheres que conhecemos hoje, expressam fortaleza. Personificam a beleza da identidade quilombola em movimento.

Nunca o subtítulo deste projeto de pesquisa fez tanto sentido quanto hoje: Temos "Identidades em movimento". Identidades de Tijuaçu e das comunidades quilombolas circunvizinhas em movimento. Certamente, novos textos fluirão, a partir das impressões, do legado e da inspiração das mulheres quilombolas de Tijuaçu!


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