Comunidade do Rodeadouro, em Juazeiro (BA), recebe certificação quilombola

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Márcia Guena

A comunidade do Rodeadouro, localizada  a 15 quilômetros do centro de Juazeiro (Bahia), com uma população majoritariamente negra e uma herança cultural afro-brasileira  reconhecida em todo o território do São Francisco, acaba de ser reconhecida como Quilombola pela Fundação Cultural Palmares (FCP), a segunda a receber a certificação do órgão federal. A primeira foi a comunidade do Alagadiço, em maio de 2016.

A expectativa da comunidade é alcançar os direitos direcionados às populações quilombolas, previstos no Programa Brasil Quilombola, do Governo Federal, e conseguir manter e expandir suas tradições. Reunida pela primeira vez, após a certificação, no dia 20 de julho (2018), a comunidade comemorou fazendo planos para o futuro: aperfeiçoar as tradições, passando os conhecimentos para a juventude e lutar por equipamentos públicos para essa comunidade secular: um posto de saúde, escola quilombola e uma sede para a associação estão nessa lista.

Antonio Laurindo, pescador e morador do Rodeadouro. Foto Márcia Guena





Antonio Laurindo, morador do Rodeadouro



O livro "Quilombos de Juazeiro: entre imagens e histórias", organizado por Márcia Guena, trouxe um capítulo sobre o Rodeadouro, de autoria de Cassio Felipe, contendo depoimentos dos moradores mais velhos, o qual reproduzimos abaixo, contando um pouco da história e da luta dessa comunidade.


Histórias e memórias do Rodeadouro
Por Cassio Felipe, em "Quilombos de Juazeiro: entre imagens e histórias"

O município de Juazeiro possui várias ilhas paradisíacas localizadas ao longo do Rio São Francisco e uma delas é conhecida por Rodeadouro, localizada a 13 quilômetros do centro da cidade. Aos domingos, os banhistas disputam cada palmo de areia. Porém, poucos sabem que o verdadeiro nome desse destino é Rodeador, mesmo nome da comunidade que deu vida a ilha, e que guarda uma memória negra que agora reivindica sua origem quilombola. O nome é uma referência à volta que os navegantes davam à ilha antes de chegar em Juazeiro. Ali paravam e descansavam um pouco antes de chegar ao seu destino.
Edvaldo dos Santos, "Zelito". Foto: Márcia Guena

Há 30 anos morando no Rodeador, Edvaldo dos Santos, mais conhecido como seu Zelito, de 68, conta como o nome original foi sendo mudado: “veio a civilização, as professoras desinformadas... A professora que usa a palavra Rodeadouro nem conhece a língua portuguesa. Bebedouro é o que se usa pra consumo de água tratada. Bebedor é ponto de tomada de água de animais. Rodeador existe porque rodeia, um ponto de parada, um desvio, um círculo. As professoras que começaram a ensinar aqui quiseram sofisticar. ”

“Houve uma participação de escravos que chegaram aqui e se instalaram. Rodeador era uma passagem para Juazeiro. Esse nome foi colocado porque aqui era uma beira de rio e tinha um bebedouro. O pessoal fazia uma parada aqui pra descansar, cozinhar para acabar de chegar em Juazeiro. Aí eles faziam um rodeio muito grande pra chegar aqui. Eles que batizaram o nome. ´Vamos passar no Rodeador´! ... Eu já conversei com pessoas antigas, pessoas velhas que usavam esse termo. Rodeador era um ponto de parada. Isso faz muito tempo, antes de emancipação de Juazeiro. E porque não dizer, antes mesmo do nascimento de Juazeiro. Muita gente afirma que Rodeador é mais velho que Juazeiro. ”

Os avós de Zelito se instalaram no Rodeador e possuíam uma lavoura. Eram descendentes de negros escravizados, como relatava a avó. A mãe é do Rodeador. Zelito ainda defende uma tese do século XIX, de cunho racista, que defendia a necessidade de melhoria da raça negra através do cruzamento com os brancos e faz um comentário importante para entender a forma de pensar de grande parte das populações ribeirinhas da região: “Dizem que o cruzamento de animal, para purificar a raça, era melhor o cruzamento de um pé duro com um pedigree”, se referindo a união de seu pai, branco, com a mãe negra. A mãe, Luzia Alves dos Santos, foi empregada doméstica do pai, Augustinho José Muniz, um professor responsável por feitos na área de educação em Juazeiro e deu nome ao colégio Polivalente do Cabula. O pai não casou com a mãe. O avô era radical e preferia matar o cabra do que deixar ela casar. “Eu digo que eu sou filho de chocadeira. Eu não tenho pai. Meu avô que não quis”. A mãe trabalhou muitos anos como lavadeira do Angari e “eu cresci nesse clima de pobreza”. Hoje, a mãe mora num bairro da cidade.

Ele conta que o samba de véio nasceu no Salitre, especificamente no Rodeador. Zelito ainda faz parte da diretoria do Samba de Véio.  Os mais de 600 moradores vivem em aproximadamente 150 casas, distribuídas pelas ruas da comunidade. A principal fonte de renda familiar é a agricultura, a pesca. A marca cultural que se evidencia na comunidade é o Samba de Véio, dançada ao som dos tamboretes, produzidos pelos próprios moradores, triângulos e pandeiros. O ritmo vai se dando a partir das palmas e das fortes pisadas no chão. A origem africana aparece com força nessa manifestação cultural, fazendo lembrar as primeiras manifestações negras no Brasil. Hoje, Dona Ovídea é uma das principais impulsionadoras do Samba de Véio e conta já com a adesão de jovens e crianças do povoado.

“Aqui nós temos um batuque, que tem aqui, no Massangano e em toda a região, que eles batizaram de Samba de Véio, mas o nome mesmo é batuque. Todos os velhos quando eles usavam os instrumentos e desciam aqui pra fazer esse tipo de manifestação: (....) ‘Umbora cumpade fazer um batuque ali na casa de fulana?!’. Ele é oriundo do reisado e era mais cultuado no mês de janeiro, o mês de Santo Reis. Então, passava o mês todo fazendo esse batuque de casa em casa: ‘umbora pra casa de cumade fulana, de cumade beltrana...’ Depois que passava o mês de janeiro aí sim: ‘Dona Márcia vai casar, aí chamava os véio’. Pra não se misturar comigo, que tinha 17, 18 anos, os véio iam pra casa de um vizinho e faziam o batuque pra eles. Hoje eles chamam de Samba de Véio, mas era batuque. Nós deixava até o forró pra ir pro Batuque”, conta Antônio Laurindo, de 60 anos, filho de uma das primeiras famílias negras do povoado, ressaltando a importância da história dos mais velhos para a construção de uma memória coletiva.
Ovídea Isabel de Sena. Foto: Márcia Guena

Para Ovídea Isabel de Sena, hoje uma das principais impulsionadoras do Samba de Véio, essa herança cultural tem grande importância para a comunidade. Vê-la cantar em praça pública com uma animação juvenil, aos 67 anos, remete a uma memória negra que permanece pulsando:

            “Muitas das vezes você está, é como é que diz, tá muito abatido com alguma coisa e na hora que você vai fazer um movimento desses, é aquela alegria pra gente, né? Então o samba de véio pra mim começou desde quando eu tinha dez anos. Meu pai não era ligado nesse samba, não, mas eu tinha uma tia que era responsável e onde ela ia eu seguia. Eu era novinha já ia também participar do samba de véio e então eu fiquei nessa aí. Só deixei de frequentar quando eu casei, comecei a ganhar neném aí eu não podia deixar o menino, então passei por um período afastada. Só tem uma das filhas que faz parte do samba e as netas também”, relata Ovídea.

A história familiar de Antônio Laurindo fala muito da herança africana do Rodeador: “essa comunidade veio de 1800. Em 1900 já tinha gente com idade bem avançada. Nasci no Rodeador. O meu pai é nativo daqui da vila e minha mãe é de Pernambuco. Eu sou um PEBA, Pernambuco-Bahia. Sou casado e tenho 8 filhos e uma ruma de neto. A maior parte nasceu aqui e dois fora.

“Segundo o véio, meu pai, e outros, eu sou a terceira geração. Eu sou um dos caçula. Eu vi os velhos da idade dele com aquele papo de os negros e tal quando chegaram aqui. Ele mesmo com aquela coisa dos Canudos que chegam aqui. Todo movimento de embarcação que passava por aqui eles tinha que se esconder. Se eles se escondiam é porque eles tinham uma origem não permitida. É por isso que eu considero o Rodeador quilombola. Quando os revoltosos [de Canudos] passavam aqui na margem, nas águas descendo o rio, eles tinham que se esconder. Meu irmão mais velho gostava de brincar com meu pai: ‘Vamo correr que já é hora.  Já vem alguém aí’. Então ele corria e se escondia. ”

“Meu pai, em 1906, dizia que tinha 20 anos, então ele nasceu em 1800 e uns quebrados grande. Ele nasceu antes da abolição e é de uma família negra, daquele do beiço virado mesmo. Dos óio rasgado e do beiço virado. Então esse trecho do Rodeador, Barrinha da Conceição tudo era uma raiz só. Daqui eles foram atravessando para a Ilha do Massangano, aliás, a Ilha do Rodeador que é Ilha do Massangano. Petrolina tomou conta e tal, mas o Rodeador nasceu desse jeito. ”

“Aqui se considera 8 ou 10 casas no começo. Quando eu nasci, até os anos 70 era vinte e poucas casas que tinha aqui. Então, essas casas que eram umas choupanazinhas eram considerada de pessoas nativas daqui e outras que tinham chegado do Pernambuco, de Abaré... Então o Rodeador cresceu desse jeito. ”

“Toda vivencia negra como você vê na história do Brasil, as mesmas coisas que você via e vê são as mesmas histórias de vivencia desses africanos. Eles falavam: você mora na beira do rio, você tem que ter um instrumento de pesca, que é o que os negros mais usavam. Você não vai sair daqui para comprar um quilo de farinha, eu já plantei meu pé de mandioca. Você não vai comprar um quilo de feijão, porque eu já plantei. Era uma vivência que ele produzia pra si e pra vender na cidade. ”

“Quando alguém descobriu que o Rodeador tinha futuro, um coronel fez uma bela de uma ação: tomou um pedaço do porto, registrou para ele, registrou a ilha dos negros plantar e disse: ‘olha, vocês vão ficar nessa ilha aqui, agora só que a ilha agora é minha, eu estou com o documento na mão’. Coronel Aprígio Duarte, que foi prefeito de Juazeiro. Deixou eles trabalhando, mas eles tinham que pagar uma percentagem para ele da produção que eles fizessem. Isso foi... quando me entendi isso já existia, mas acredito que foi lá pelos anos 50. Foi no ano que estava fazendo esse cais de Juazeiro, ponte e tudo. Foi muita pedra daqui pra fazer aquele cais e ponte e tudo. ”

“Essa vivência dos negros aqui era uma vivência sadia. Eles todos se ajudavam, ninguém pagava uma diária, um dia de serviço pra ninguém porque na hora que um saía pra sua roça, pra sua ilha os outros companheiros já iam ajudar. Então era aquela vivência de quilombo mesmo. ”

“Quando o coronel chegou aqui e fez o registro dessa ilha ele fez com que tirasse um terço [da produção]. Então os negros ficaram com dois terços e tinha que dar um terço pra ele, o que seria a renda dos próprios negros daqui. Ele mesmo não vinha aqui. Depois alguém, os neto foi e vendeu. Aí acabou com a produção da ilha. Hoje, a produção que tem é só aquela pontinha de turismo. Fala em turismo, mas eu como morador, acho que só tem visitante. Turismo se tiver é 0,01%. A maioria do Rodeador é de propriedade privada. Hoje conta de dedo são poucos que tem pequeno sítio ou roça na margem. Tudo é dos grandes ou médio empresário. ”

Um morador de Barrinha da Conceição, Gilberto, filho de Dona Roberta, iniciou um trabalho nas comunidades ribeirinhas de discussão da certificação quilombola, impulsionando a discussão. Gilberto, que também era responsável por incentivar cultos católicos, foi um ativista importante na região e morreu jovem. Segundo seu Antônio há, no Rodeador, mais de 50 famílias de origem quilombola.

“A ilha era uma das partes mais produtivas que existia na época e alguns moravam lá mesmo. A família que mora lá hoje não é de origem daqui. Só que depois ele também se considera negro de quilombo pois ele veio ali de Cabrobó, daqueles lados de lá. Quando ele chegou aqui e viu as mesmas pessoas que pareciam com ele, disse: ‘vou ficar aqui’. Os irmãos dele se espalharam, por volta de 64, e ele ficou. Eu considero que ele é um negro que veio se aliar aos negros daqui com boa vontade, querendo ajudar e querendo que o Rodeador crescesse. Ele mesmo diz que os mesmos hábitos que usava com os dele lá ele usa aqui também: de pesca, de plantio, de comer o pirão com a mão sem precisar de uma colher, cozinhar um peixe a lenha na hora que pegar... Hábitos que a gente que nasce e cresce num lugar desse aqui, sente como se estivesse comendo caviar lá na capital. É assim que é quando sentamos pra comer um cari na beira do rio. ”

Perfil

Ovídea Isabel de Sena

“Meu nome é Ovídea Isabel de Sena, nasci aqui mesmo na comunidade de Rodeadouro há 67 anos, que é a minha idade hoje, né? Meus pais eram Domingo Firmino de Sena e Isabel Perciliana de Sena, eram pessoas também já de idade, né? E eu sou a caçula dos filhos e aqui eu me criei como toda criança que brincava e estudava, mas também trabalhava! No meu período não tinha negócio de criança não trabalhar, né? A gente ajudava os pais trabalhando duro na roça, plantávamos verdura e ia vender na cidade! E eu também ia junto com o meu pai e minha mãe. Quando ficou uma certa idade, meu pai ficou cego, teve um problema e também além de ser agricultor, era vaqueiro. Aí ficou cego, então precisava da gente andar com ele... Mas nunca perdi o interesse de estudar e estudei até a quarta série aqui, né? E depois tive que fazer admissão que antigamente existia isso, quer dizer, antes de passar pro quinto ano tinha que fazer esse exame. Com muita dificuldade eu estudei um pouco e logo depois, com dezoito anos, consegui trabalhar pela prefeitura com a ajuda da mãe de uma professora minha. Na época, eu fazia segunda série. A mãe dela gostava muito daqui da comunidade e aí tinha um prefeito da época, que era um prefeito também que ela tinha muita intimidade, e aí conseguiu essa vaga para eu trabalhar aqui na comunidade como professora. Aí comecei a trabalhar como professora só com a quinta série, que hoje em dia só pode ensinar se tiver curso superior, mas eu comecei a ensinar com a quinta série. Mas naquele tempo, o prefeito, os secretários, tudo dava apoio, né?! E eu consegui fazer vários cursos pela prefeitura e até no governo de Jorge Cury... Aí eu consegui ter esse curso que é a nível de segundo grau: primeiro foi o ensino fundamental e depois, o nível médio, né, e graças a Deus consegui! E trabalhei muito aqui nas escolas... Antes, as escolas não tinham coordenação, professor era quem movimentava tudo: quem dava aula, limpava a sala, fazia merenda, então, não tinha essa folga que se vê hoje, né? Então, essa é a minha vida, né?!”

“Trabalhei trinta e três anos na comunidade e hoje tô aqui aposentada, dentro de casa, só cuidando da casa, mas tenho também os interesses pela comunidade! É que a nossa comunidade é muito necessitada de várias coisas, então, eu ainda luto muito junto com os representantes! Tive oito filhos, morreu um. Aí botei meus filhos também pra estudar, uns se formaram e outros, não. Aí criei os os netos, criei três netas que hoje estão com vinte e tantos anos e hoje eu tô criando mais duas, né, porque os pais precisam trabalhar... E aí eu tô nessa luta, né? Criei os filhos e agora vou criar ou netos!

“Eu tive nove irmãs! Minha mãe teve dez filhas! Eu fui a caçula e, no entanto, como naquele tempo a dificuldade era grande, não tinha médico, morreram sete das minhas irmãs e ficamos só três. Uma mora aqui e a outra no centro. ” Fazendo as contas pela primeira vez, Dona Ovídea soma 66 membros de sua família.

“Nós cultivávamos coentro, pimentão, cebola, todo tipo de verdura a gente cultivava, às vezes até mandioca, batata, tudo isso! Meus pais também criavam algumas cabeças de gado e tudo aqui no Rodeadouro. A gente tinha dois pedaços de roça, né, e o cultivo dos animais era no fundo do quintal e tinha o curral de vaca, de ovelha... As pessoas mais velhas não tinham esse hábito de ficar contando a sua vida, né, mas meus pais nasceram aqui e foram criados também. Aqui tinha casa de farinha para as pessoas que plantavam mandioca... Aí já tinha o local de fazer a farinha... Tudo isso eu trabalhei! ”

Em relação ao que mudou na comunidade Dona Ovídea conta que “antes era bem pouquinha casa aqui. Só tinha essa rua aqui e nem era esse tanto de casa que existe hoje e aqui nessa outra rua, só tinha umas três casas. Aqui era só mata! E hoje temos uma comunidade já bem crescida e tem várias ruas... Onde era mata, hoje é rua! A comunidade já está bem desenvolvida, mas tem um fato que impede a nossa comunidade crescer: já deveria ter uma escola grande, né, a nível de ensino fundamental, pelo menos, mas não temos... Os meninos estudam aqui até a quarta série aí tem que ir pra comunidade por nome de Lagoa do Salitre para continuar os estudos, outros vão pro centro de Juazeiro... Então, nós estamos necessitados de uma escola maior, uma creche para botar as crianças pra estudar e os pais trabalharem, um posto de saúde, uma quadra poliesportiva, são coisas que nós cobramos!”

A igreja

Desde a infância Ovídea desenvolve uma profunda fé católica, representando hoje uma importante liderança na comunidade e na região:

Assim, de pequeno, os pais da gente colocavam pra fazer oração, principalmente na hora da refeição, no terminar das refeições tinham que se fazer uma oração, agora eu esqueci a oração que eles ensinavam. E também quando era dia de sábado aí eles acordavam a gente cedo, assim umas cinco horas, pra rezar ofício, o ofício de Nossa Senhora. E quando tinha no mês de outubro, tinha missa. A gente ia assistir à missa na véspera do padroeiro, aí todo movimento de igreja que  ela ia a gente tinha que ir também, às vezes  nós ficávamos com raiva porque tinha festa e ela queria que fosse primeiro era pra  igreja, pra depois ir pra festa (...). Então a gente ficou ligada a isso. Nós três somos todas católicas, todas três. Às vezes na família tem alguém que já passou pra outra   religião, mas nós três nunca deixamos.


“Tem vários grupos aqui: tem legião de Maria, tem também a peregrinação da mãe rainha né, tem também um grupo que faz parte do coração de Jesus, tem terça dos homens, então tem vários movimentos. Hoje eu fico responsável pela igreja e sou presidente do movimento da Legião de Maria, de um grupinho daqui, e também sou responsável pela Mãe Rainha. A Legião de Maria tem um nome como presidenta, é aquela pessoa que é a principal né. E da mãe rainha missionária, que são missionárias que faz parte, então sou responsável por esse grupo também. ”

O casamento

            “Nós somos todos de uma mesma família, o pai dele era meu primo carnal, nós ainda somos parentes e não é muito longe. E aí no movimento de festa começamos a gostar um do outro, né, e terminamos casando! E até hoje, não deixamos, não, temos muito tropeços na caminhada, mas nunca que deu para separar, não. É quarenta e tantos anos de união e de vivência. ”        

O Rodeadouro

            Aqui é uma comunidade muito boa, é calma é tudo, mas é um fracasso em termos de trabalho para conseguir. Morando aqui no Rodeadouro fica difícil para os nossos jovens, se coloca um currículo, né, não dá certo porque colocam a dificuldade que eles moram longe e não dá pra pagar a passagem deles... Mayara, minha neta, já colocou vários currículos, Márcia também, elas tudo! Tem duas aí que estão trabalhando, mas é uma trabalha em uma clínica com um médico, doutor Cido. Trabalha lá tem uns cinco anos e a outra faz faxina, trabalha aí de casa de família  e a mais velha também trabalha  em casa de família, mas é muito difícil elas conseguirem trabalho. Agora, estou com a esperança com esse shopping que vai ter não sei quantas mil vagas, essa já colocou, já entraram aí no site, aí eu não sei como é que vai ficar... A gente tá pedindo a Deus que eles consigam um trabalho por que a mãe dela mora lá no residencial Brisa da Serra, que é aquelas casas populares. A mãe dela conseguiu uma casa lá, aí já pensou ela conseguisse um trabalho lá? Já melhorava o caminho! O meu sonho é ver meus filhos conseguir vencer um pouco na vida, é ver minha comunidade melhorar. E uma melhora para minha família porque melhorando para a minha, melhora para todo mundo e para mim! ”





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