Fé e Religiosidade Umbandista em Quebra Facão

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Juliano Ferreira
Localizada às margens da rodovia BR 407, a Comunidade Quilombola de Quebra Facão ao lado da Comunidade Quilombola de Tijuaçu, município de Senhor do Bonfim, norte da Bahia, carrega consigo marcas ancestrais da religiosidade de matrizes africanas.
Foto: Danilo Borges
Lindinalva do Nascimento Silva é da Umbanda, logo ao alto da parede de seu centro, é possível avistar o documento concedido pela Congregação Espírita Umbandista do Brasil. O título de Zeladora de Santo Nação Umbanda.
É no Terreiro de Umbanda Senhor Ogum de Ronda que ela voltou a atender há seis meses. Antes, passou um período em uma Igreja Protestante, mas não se identificou e sentiu a necessidade de voltar às suas raízes, segundo ela, a pedido de seu Santo.
Mãe Lindinalva é alegre, atenciosa, receptiva. Respondeu às diversas questões levantadas pelos membros do grupo de pesquisa “Perfil fotoetnográfico das populações quilombolas da região do submédio São Francisco: Identidades em Movimento” e conversou sobre seus guias, se propondo a abrir o seu terreiro em um Domingo. “Os dias que eu trabalho são segunda, terça e quarta aqui no Terreiro, na quinta, eu atendo através da minha guia, a cigana, em uma tenda montada dentro de minha casa”, ressalta.
Foto: Augusto Jacksom

“Os dias de sábado e domingo são os dias de descanso, mas ela [Lindinalva] não sabe dizer não”, ressalta Ilca dos Santos, uma das lideranças do Quilombo de Tijuaçú e que nos recepcionou em nossa chegada à comunidade.
Nossa visita a Quebra Facão terminou com ventania, o tempo fechado, culminando com chuva. Mais cedo, dona Ilca e suas irmãs, todas moradoras de Tijuaçú, faziam questão de enfatizar sempre a relação entre o dia quente e o prenúncio de chuva. “Todos os dias que fica assim, abafado, quente demais, pode esperar vai ter chuva, hoje mais tarde ou amanhã”.
E assim, Mãe Lindinalva abençoou a todos com seus guias. “Eu trabalho com uma aldeia inteira. Com a corrente das matas e a corrente das águas. Apesar das dificuldades, eu vou seguir a minha missão de fazer caridade”, finaliza.


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