Pequenas encantadoras

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Monique Marques

As meninas de Tijuaçu - em seus vestidos brancos, sambando ao som vigoroso das batidas na lata, palmas e cantando rimas que revelavam-se relatos do cotidiano dos seus anciões - dão uma lição de identidade, respeito e continuidade a tradição. Bem ensaiadas - cantigas, giros, sorrisos - passam a impressão que já nasceram batendo o pé no chão e rodando suas saias.


A antiga comunidade de Lagarto, hoje denominada Comunidade Quilombola de Tijuaçu tornou-se conhecida por, entre outros fatores, manter vivo e forte seu tradicional Samba de Lata. Mulheres munidas de uma forte tradição transmitem seus ensinamentos às novas gerações, que prometem preservar a herança deixada por Mariinha Rodrigues.

Numa visita a comunidade, realizada no dia 24 de novembro de 2013 (domingo), fomos recepcionados pelas irmãs/ comadres, Maria Alice e Valdelice “Detinha”. Ambas com muito a dizer, iniciamos uma conversa envolvendo a história do lugar, o processo de certificação do território como quilombola, herança cultural, autorreconhecimento... Quando minha atenção foi roubada! Seis meninas apareceram tímidas na porta do local onde estávamos, entraram e quando direcionei a câmera para elas fui surpreendida com o sorriso e a pose de algumas contrastando com o olhar desconfiado de outras. Aos poucos, e agora sobre o foco de outras lentes, foram se soltando e, desconfio, adoraram protagonizar um verdadeiro ensaio fotográfico. 




Não bastasse a desenvoltura demonstrada por elas ao serem fotografadas, as pequenas quilombolas de Tijuaçu extravasaram talento ao sambarem lado a lado com outras duas gerações anteriores a sua.







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