Ações do projeto em 2016 e 2015: identidade negra e antiracismo

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Por Cassio Felipe

O projeto de pesquisa “Perfil fotoetonográfico de comunidades quilombolas do Submédio São Francisco: identidades em movimento” realizou ao longo de 2016 várias  atividades relacionadas com as discussões sobre identidade negra e racismo na universidade e em vários outros espaços da cidade de Juazeiro. Realizamos reuniões nas comunidades do Rodeador e do Alagadiço no sentido de discutir sobre o processo de certificação quilombola. Este trabalho resultou na certificação da primeira comunidade quilombola de Juazeiro, o Alagadiço.
Em 2016  participamos do novembro negro com a exposição coletiva “Negros Negras”, no Centro de Cultura João Gilberto, em Juazeiro, Bahia, resultado da montagem de um estúdio na Práça da Misericórdia, em Juazeiro. 

Balanço das ações de 2015

Foram realizadas duas exposições fotográficas. A primeira denominada “Quilombos de Juazeiro”, reuniu 34 imagens assinadas por alunos bolsistas da pesquisa e pela coordenadora do projeto, Márcia Guena,  e refletiu a singularidade de oito comunidades quilombolas de Juazeiro (BA): Junco, Alagadiço, Quipá, Rodeadouro, Barrinha do Cambão, Barrinha da Conceição, Pau Preto e Curral Novo. A produção teve como base a fotoetnografia, uma metodologia que privilegia a imagem como principal forma de narrativa. As fotografias selecionadas para esta exposição retrataram o cotidiano das comunidades, seus territórios e sujeitos. O conjunto de imagens foi instalado no  campus da UNEB em Salvador, dentro da programação da Expotudo, evento organizado pela Assessoria especial de Cultura e Artes (ASCULT) da Universidade do Estado da Bahia que, na sua quarta edição, apresentou a diversidade da atual produção em arte, cultura, economia criativa e sustentabilidade da UNEB e da comunidade do entorno.

A outra exposição foi intitulada “Quilombo do Alaçadiço” e reuniu  57 imagens que refletem os processos de luta da comunidade do Alagadiço pela certificação enquanto comunidade negra rural frente aos órgãos do Governo Federal. Inserida na caatinga e com diferentes tipos de ambiente e vegetação, os traços da comunidade latejam através dos olhares fotográficos registrados. Com uma extensão de aproximadamente três quilômetros, o Alagadiço abriga 43 famílias de origem quilombola e atualmente luta pela certificação do território.
Enquanto a vizinha cidade de Senhor do Bonfim possui 16 comunidades quilombolas certificadas pela Fundação Palmares, Juazeiro ainda não possui nenhuma certificação. O Alagadiço talvez seja a primeira a conquista-la. Inicialmente a exposição esteve instalada na própria comunidade e, depois, para compor o calendário do Novembro Negro da UNEB campus III (Juazeiro-BA), do Departamento de Ciências Humanas, “Quilombo do Alagadiço” foi levada para Centro de Cultura João Gilberto, onde também ocorreu, no dia da abertura, um debate com a participação de representantes das populações quilombolas de Juazeiro.


Estúdio na Praça


O projeto “Estúdio na Praça” consistiu na montagem de um estúdio improvisado na Praça da Bandeira, no centro de Juazeiro (BA). O projeto foi uma iniciativa da UNEB em parceria com o Instituto Revelare e teve como objetivo fotografar pessoas negras da cidade, uma vez que, segundo o senso do IBGE de 2010, 73% da população de Juazeiro (BA) é negra. A outra atividade foi a exibição do curta metragem “Xadrez das Cores” no colégio municipal Paulo VI. O filme, de Marco Schiavon, traz uma história que se desenvolve como um jogo de xadrez e discute os processos de discriminação racial.





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