Chapada Diamantina: Quilombos de Seabra sofrem com falta de infraestrutura

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Rose Caroline
(Do curso de Jornalismo da UNEB em Seabra)

A Chapada Diamantina atualmente tem 53 comunidades quilombolas certificadas pela Fundação Cultural Palmares, o primeiro passo para a conquista do título de propriedade da terra, emitido pelo Incra, de acordo como determina o artigo 68 da Constituição Federal do Brasil. Na cidade de Seabra há 10 comunidades certificadas pela Fundação Palmares.

Fonte da imagem: https://comunidadequilombolaserradoqueimadao.wordpress.com/page/2/

As “Lavras Diamantinas” foi sendo povoada gradativamente por grandes fazendas e por aldeias de povos africanos escravizados em busca de liberdade, encontrada nos quilombos. Segundo Abdias do Nascimento (1980) “Quilombo não significa escravo fugido. Quilombo quer dizer reunião fraterna e livre, solidariedade, convivência, comunhão existencial”.

Os quilombos da região lutam para sobreviver em meio ao descaso do governo. Faltam projetos de urbanização dos vilarejos, e não tem treinamento da mão de obra para o trabalho agrícola. Em entrevista, Jodália da Silva, Secretaria de Ações Afirmativas da prefeitura municipal de Seabra, conta que “não existe saneamento básico em nenhuma das comunidades”e que a luz nessas comunidades só chegou com o projeto do governo federal Luz Para Todos.
O Relatório Técnico de Identificação e Delimitação (RTID) da comunidade do Agreste, conta que em 1984, pela primeira vez, um carro chegou à comunidade. Os remanescentes de quilombos rememoram ainda que em 2001 tiveram acesso à energia elétrica e a água encanada chegou em 2007. Diante desse cenário nota-se a evasão de quilombolas para as cidades do Sul e Sudeste, em busca de melhores condições de vida. “Sempre houve a evasão nessas comunidades, só que antes os jovens iam e voltavam para construir algo nessas comunidades, agora eles estão indo morar lá mesmo,” diz Jodália.

O município de Seabra tenta colaborar com a discussão das identidades dessa população, com projetos nas instituições de ensino, no entanto esses trabalhos não conseguem abranger toda a comunidade, moradora da comunidade quilombola da Lagoa do Baixão diz desconhecer os trabalhos do novembro negro. A dona Albonisa Santos também moradora da comunidade da Lagoa do Baixão, reclama do desaparecimento do samba de roda no local: “os jovens preferem o arrocha do que o samba”, afirma. Estes quilombos têm muito pouco de sua historia preservada.


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