Quilombolas de Juazeiro, Bahia, participam de protesto em Brasília

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Gregório Santos e Ingrid Angela de Jesus, quilombolas da comunidade do Alagadiço,  a única das 17 comunidades quilombolas certificadas no município de Juazeiro (BA), participaram das manifestações ocorridas no última dia 16 em Brasília, às portas do Supremo Tribunal Federal (STF) ao lado de centenas de quilombolas e indígenas que protestaram contra ações civis do grupo ruralista do Mato Grosso, 362 e 366, que tentavam anular a demarcação de terras indígenas e fazer valer o chamado marco temporal, um instrumento jurídico inventado para impedir que as populações que não estavam em suas terras em 1988 não tenham direito a elas, ignorando toda a violência secular a que foram submetidas que culminaram em várias formas de expulsão das terras. A delegação da região foi organizada por Walmir Santor, do quilombo de Tijuaçu (Senhor do Bonfim), coordenador da Confederação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Quilombolas. As ações foram derrotadas, mas a votação do marco temporal foi adiada, o que mantém o movimento e toda a sociedade civil em alerta.  

"Na Ação Civil Ordinária 362, o Mato Grosso pedia indenização pela criação do Parque Indígena do Xingu, a primeira terra indígena brasileira, demarcada por decreto em 1961, pelo então presidente Jânio Quadros. Na Ação Civil Ordinária 366, o Mato Grosso pedia indenização pela demarcação das terras Salumã, Utiariti e Tirecatinga, dos povos Paresi, Nambiwara e Enaewnê-Nawê. Por unanimidade, os ministros acompanharam o voto do relator, Marco Aurélio Mello, e rejeitaram os pedidos do Mato Grosso", de acordo com a reportagem de Beatriz Ramos e José Antonio Lima, publica da revista Carta Capital. Essa matéria merece ser lida, pois historiciza a posição dos juizes e do marco legal. https://www.cartacapital.com.br/sociedade/por-que-debate-do-marco-temporal-e-tao-importante-para-os-indigenas. 
Gregório Santos e Ingrid Angela de Jesus


A experiência para Ingrid representou uma aprendizado político e maior conhecimento das questões que envolvem a luta quilombola: "A viagem foi boa. Conhecemos novos quilombos, a liderança de novas comunidades. Só não foi melhor porque não teve a votação [do marco legal] e a gente vai ter que voltar depois para ver como vai ficar. Espero que não seja aprovado". 

É o momento de todos os movimento sociais reforçarem a luta das comunidades indígenas e quilombolas. Há centenas de anos de luta em jogo!!!!





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