Comunidades criam o Grupo de Articulação Quilombola de Juazeiro

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Márcia Guena
Um grupo composto por representantes de cinco comunidades quilombolas de Juazeiro, Quipá, Alagadiço, Rodeadouro, Barrinha do Cambão e Currual Novo criaram, no último dia 19 de agosto, o Grupo de Articulação Quilombola de Juazeiro. A reunião aconteceu na Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Campus de Juazeiro, organizada pelos componentes do grupo de pesquisa "Perfil fotoetnográfico das populações quilombolas do submédio São Francisco: Identidades em Movimento", coordenado pela professora Márcia Guena e integrado pelos bolsistas Juliano Ferreira e Ana Carla Nunes da Silva. Também participam da organização do grupo a Comissão Pastoral da Terra (CPT), representado por Marina Rocha e terá contribuições da Associação de Trabalhadores Rurais (AATR).
Cinco comunidades quilombolas participam de reunião na UNEB


O objetivo do Grupo de Articulação Quilombola de Juazeiro é organizar o processo de certificação das comunidades quilombolas que tentam esse tipo de reconhecimento oficial. Essas comunidades já realizaram algum tipo de articulação nesse sentido, mas ainda não haviam encontrado o caminho de formalização junto aos órgãos oficiais. A CPT e a AATR ajudarão nesse processo. Em Juazeiro existem 14 comunidades quilombolas identificadas pelo Governo Federal, mas nenhuma delas possui certificação, segundo dados da Fundação Palmares, órgão responsável pela emissão desse documento. Na cidade vizinha de Senhor do Bonfim já existem 16 comunidades certificadas.
Para Gregório dos Santos, presidente da Associação Comunitária de Alagadiço, essa iniciativa chega em boa hora, pois a comunidade, localizada a 15 quilômetros de Juazeiro, enfrenta uma ameaça eminente de perda do território, apesar de haver registros da presença do grupo há mais de 200 anos no local. Já para Ovídia, líder comunitária do Rodeador, essa será uma iniciativa importante para uma comunidade com forte tradição cultural. Ovídia participa de um grupo de "Samba de Véio" oriundo na comunidade e tem representado essa expressão cultural em várias partes do Estado, uma herança afro-brasileira bastante importante na região do submédio São Francisco.
Gregório, do Alagadiço e Hildeth, de Curral Novo


Aparecida, do Alagadiço e Ovídia, do Rodeadouro. Foto Ana Carla



Rita, de Barrinha do Cambão                          Foto: Ana Carla



Agenda
O grupo atuará através da organização de palestras e reuniões nas comunidades que assim o desejarem. No último domingo, dia 29 de setembro, foi realizada uma feijoada na comunidade do Alagadiço com o objetivo de aprofundar a discussão sobre o significado da certificação com toda a comunidade.

Participaram cerca de 30 pessoas e foram discutidas, coletivamente, as questões básicas que envolvem o processo de certificação. Logo após, a comunidade organizou uma feijoada, animando o final da discussão.
A feijoada encerrou a reunião no Alagadiço

Reunião na Comunidade do Alagadiço            Foto: Ana Carla




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